Vice na Supercopa: vexame ou aprendizado para o Brasileirão Feminino?

A estreia do Corinthians no Brasileirão Feminino acontecerá sob a sombra do vice-campeonato na Supercopa, o torneio que abriu o calendário de 2025 e expôs desafios que a equipe treinada por Lucas Piccinato terá durante a temporada. Na minha interpretação, apesar do resultado amargo e frustrante, alguns pontos positivos merecem destaque, como o esquema com três zagueiras, que trouxe maior solidez defensiva-um dos problemas no ano de 2024.
As Brabas não sofreram gols durante os 3 jogos da competição, com a junção das novas contratações para a defesa e o novo esquema adotado. No entanto, a falta de um setor ofensivo mais eficiente foi crucial na decisão, deixando claro que ainda há ajustes a serem feitos.
A escolha pela linha de três zagueiras pode ser considerada até um acerto na parte ofensiva da equipe, especialmente considerando a escassez de laterais no futebol feminino. Dessa forma, Piccinato tem utilizado jogadoras como Tamires e Letícia Santos na função de alas, o que permite maior dinamismo no ataque pelos lados do campo. Tamires, por exemplo, é uma das principais armas ofensivas, com sua experiência e capacidade de fazer o lado esquerdo do campo se movimentar de forma incisiva. Além disso, Jaqueline, que está próxima de renovar com o clube, pode ser outra peça importante para ocupar essa posição.
Claro que, como em todo começo de temporada, a pressão por resultados é natural, o torcedor quer ver o time jogando bem e conquistando vitórias, especialmente após as Brabas terem encerrado 2024 com o vice do Paulistão. No entanto, considero que São Paulo e Corinthians protagonizaram uma final de Supercopa fraca tecnicamente, e alguns pontos podem auxiliar no entendimento da minha visão.
A pré-temporada, que foi atípica em 2025 devido sua duração prolongada, é um ponto relevante para essa análise, já que a sequência de três jogos em menos de uma semana após um longo período dedicado apenas a treinos, certamente exige mais da parte física e técnica das jogadoras. Esse fato não justifica a derrota, mas ajuda a entender o cenário da competição.
Por fim, vale lembrar que Lucas não é um mestre técnico. Possui suas falhas principalmente quando se trata de escalar a equipe e encontrar a melhor combinação no ataque. No entanto, é inegável que o treinador tem mostrado competência para solidificar a defesa do Corinthians. Em resumo, a evolução ofensiva será crucial para que o Timão brigue pelos outros títulos da temporada.
Portanto, considero a Supercopa uma competição difícil, que exige mais do que apenas talento individual, mas também uma boa estratégia coletiva. O Corinthians mostrou que tem estrutura para crescer ao longo da temporada, e é preciso ter paciência para que o trabalho de Piccinato amadureça com a renovação do elenco e se encontre em todas as funções dentro de campo.