“Queremos valorizar ainda mais”: candidato à presidência do Corinthians apresenta propostas para o futebol feminino

O portal Meu Timão abriu espaço para ouvir os candidatos à presidência do Corinthians sobre seus planos para o futebol feminino. Até o momento, apenas André Castro apresentou suas ideias em entrevista à reportagem.
Os outros dois concorrentes, Osmar Stabile e Antonio Roque Citadini, também foram procurados, mas não se pronunciaram antes da publicação desta matéria.
Estrutura
O candidato iniciou sua fala destacando a importância de manter a excelência conquistada pelo time feminino nos últimos anos. Para ele, o próximo passo é resolver questões estruturais que ainda impactam o dia a dia da modalidade.
“O que eu penso do futebol feminino é que a gente precisa continuar mantendo a excelência e a conquista de títulos que tivemos nos últimos anos. Passamos por uma renovação, enfim, né? E o que eu penso vale para o curto, o médio e o longo prazo, tá?
No primeiro ponto, o meu compromisso é com a melhoria da estrutura do futebol feminino. Eu sei disso porque vivi na pele, sabe? Tiveram algumas brigas entre lá e cá, principalmente na época da Cris (Gambaré), porque não havia um local próprio. Isso de ter que ficar dividindo espaço é péssimo. Aí vai treinar no dia em que o masculino não pode, tem a questão do vestiário… Tudo isso impacta muito, né? E não só o profissional, mas também a base.
Então, acho que isso é algo que precisa ser resolvido. O futebol feminino tem que ter o espaço delas, mais do que merecido, por todo o sucesso que alcançam, mesmo ainda sem tanta estrutura. E dá pra melhorar mais, sim. Esse é um ponto.”
Categoria de base
Depois de falar sobre estrutura, Castro ressaltou a necessidade de fortalecer a formação de jogadoras. Segundo ele, o clube precisa investir mais em captação de talentos e dar maior suporte às categorias inferiores.
“Sobre a base também: acho que dá pra melhorar bastante a parte de captação, de descobrir talentos. Assim como é feito no masculino, no feminino isso é ainda mais importante. Pelo que converso com pessoas que estão no dia a dia do futebol feminino, a base pode ser muito melhor elaborada. Em termos de captação, a gente acaba perdendo alguns talentos por aí, e eu acho que precisamos fazer um trabalho mais focado nisso, tá?
Talvez dividir algumas funções lá com a Íris (Sesso), colocar mais pessoas pra ajudar nesse sentido… Eu acho que essa seria uma das minhas ideias, tá bom? Pra que a gente consiga fazer uma gestão completa, não só no masculino, mas, claro, replicando tudo também no feminino.”
Valorização e receitas
Por fim, o candidato destacou a valorização da modalidade. Para ele, além do reconhecimento esportivo, o Corinthians pode explorar ainda mais a força de sua marca no futebol feminino, ampliando receitas e consolidando o protagonismo da equipe.
“E também, é claro: a camisa do feminino já é muito valorizada, mas acho que pode ser ainda mais, tá? Então, todo esse embalo de transformação que o clube vai viver, a gente vai buscar levar também pro futebol feminino, com toda certeza. Queremos valorizar ainda mais a marca e, cada vez mais, captar receita, tá?
Acho que é isso. Esses são os papéis fundamentais que vejo, pelo menos no curto e médio prazo, pra que a gente consiga resolver algumas pendências e melhorar ainda mais o desempenho do nosso time feminino.”
Entenda a eleição
O Corinthians realizará, na próxima segunda-feira (25), uma nova eleição para a presidência após o impeachment de Augusto Melo. O processo será feito de forma indireta, pelo Conselho Deliberativo, composto por 299 conselheiros entre vitalícios e trienais. O vencedor terá um mandato-tampão até dezembro de 2026, data em que terminaria a gestão anterior.
Podem se candidatar apenas conselheiros vitalícios ou aqueles que já tenham sido eleitos pelo menos duas vezes para o conselho. Além disso, os candidatos não podem ter condenações criminais definitivas nos últimos oito anos. Entre os nomes confirmados estão o atual presidente interino Osmar Stabile, o ex-vice-presidente do clube Antonio Roque Citadini e o conselheiro André Castro.
O formato da eleição prevê que, caso Stabile seja eleito, ele seguirá como presidente até 2026, com apenas um vice, Armando Mendonça. Se outro candidato vencer, Stabile retorna ao posto de 1º vice-presidente, e Mendonça passa a ser 2º vice-presidente. Na mesma data, o Conselho também escolherá um novo vice-presidente do próprio colegiado, responsável ainda por comandar a Comissão de Ética.